quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A marcha contra a corrupção

Falar de política para mim é sempre uma necessidade.


Assim como no dia da independência, ontem, dia da padroeira do Brasil, também foi dia de marcha contra a corrupção, especialmente em Brasília onde, estima-se, compareceram cerca de 20 mil pessoas. No Bom Dia Brasil de hoje, comentando sobre a importância da marcha, Alexandre Garcia disse que foram os cara-pintadas que colocaram Collor para fora. Em 1992 eu também estava lá. Eu também saí às ruas para gritar “Fora Collor”, mas não creio que tenha sido apenas a agitação das ruas que tenha colocado o caçador de marajás para correr. As elites desse país têm um senso de sobrevivência inigualável e, como bons ratos, abandonaram o barco antes que ele afundasse. Se não me falha a memória, na votação do impeachment o presidente contou com menos de 20 votos a seu favor e olha que a esquerda não tinha maioria nenhuma naquela época.
A marcha contra a corrupção traz duas marcas básicas: dizem ter sido convocada somente pelas redes sociais, Facebook em especial, o que a colocaria em sintonia com a “primavera árabe” e com os movimentos de insatisfação na Europa e EUA, ou seja, estamos todos antenados. Outra característica é que se denomina como apartidária. Não foram vistas bandeiras nem de partidos políticos, nem de sindicatos ou da UNE. Os poucos participantes que se aventuraram a desfraldar alguma flâmula partidária foram vaiados. Até o impoluto senador Eduardo Suplicy foi barrado ao tentar fazer um discurso na marcha de São Paulo.
O apartidarismo da marcha é sintomático e, em minha avaliação, tem relação com o que escrevi anteriormente sobre a falência do modelo partidário/sindical atual e a UNE, um dos baluartes da oposição à ditadura mais respeitados nos anos 60, sinto informar, está no mesmo barco. A busca e a manutenção do poder são, conforme demonstrou Maquiavel, os objetivos fundamentais do príncipe, algo intrínseco a atividade política. Só que pelo visto, o poder pelo poder anda enojando muito gente.
Não participei da marcha. Sinceramente não tenho muita simpatia por esse tipo de manifestação. Me cheira a moralismo e me remete a outras marchas do passado de tão triste memória para a democracia (falo evidentemente das marchas da família, com Deus pela liberdade e ao golpe militar que se seguiu a elas). Mas reconheço que ela tem sua importância. Temos mesmo que nos indignar com esse estado de coisas e é nosso dever nos movermos para modificar tal estado. Só lamento o fato de que ela mire apenas a classe política, como se tal classe não espelhasse a própria sociedade. A mesma sociedade que elegeu a lei de Gérson como um de seus pilares e cuja MPB, pelo menos em sua versão carioca, sempre foi bastante simpática com a malandragem. Digno de nota é o símbolo utilizado por muitos participantes para expressar sua justa indignação: a vassoura que num passado nem tão distante serviu de mote para a campanha de um certo presidente de triste memória.
 Vendo de fora tem-se a impressão de que existe um clima de aversão aos políticos e aos partidos, uma sensação geral de que todos se equivalem, não importa a sigla ou a cor da bandeira. É que o PT e boa parte da esquerda durante muito tempo se apropriaram de um discurso moralista onde sempre se colocavam como os portadores de uma verdade ética incontestável. A CUT e seus sindicatos, como extensão do PT sempre foram pelo mesmo caminho. Figueiredos e Sarneys, Malufs, Collors e FHCs sempre eram os ladrões vendidos a serviço do FMI, como pelegos eram sempre os outros sindicalistas que não rezavam pela nossa cartilha. A esquerda chegou ao poder – nosso sonho, pelo menos o meu – e aí veio o mensalão. Nosso castelo caiu.
Tudo bem, o mensalão não foi provado e o Zé Dirceu foi cassado. Ficou de pé até o fim ao contrário de figuras como o ACM, Jader Barbalho e tantos outros que renunciaram para não ser cassados. Mensalão provado ou não a corrupção continuou e continua, em todos os níveis: federal, estadual, municipal, policial ou judicial, sob qualquer partido. Antigos babacas de ontem são nossos aliados de hoje e a oposição... Bem, melhor nem falar.
Mas também não foram vistas bandeiras de partidos de esquerda que não estão no poder como o PSOL e o PSTU, por que será? Volto a minha tese, os partidos políticos, pelo menos da forma como estão configurados, não despertam mais o interesse de ninguém. Discursos bonitos todos podem fazer, mas a prática é outra coisa.
Na contramão do que eu chamo de decadência da forma partidário (ou até para confirmá-la) surge o PSD do Kassab. O que esse partido representa? Alguma ideologia? Alguma novidade em termos de se fazer política? Para mim não. No meu entedimenteo esse partido surgiu da necessidade de alguns políticos que estavam na oposição ao governo Dilma migrarem para sua base de aliados onde vicejam os cargos e as verbas. Novidade nenhuma. E prova disso é que sem ainda ter disputado uma única eleição, já tem em suas hostes dois governadores, alguns senadores, vários deputados federais e estaduais e o prefeito da maior cidade da América do Sul. Qual sua ideologia? Ideologia? Que bobagem é essa? E então veio a notícia da entrada do ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, para a sigla, não sem antes consultar Lula. Minha tese sobre o PSD está uma vez mais comprovada.
Voltando à oposição. Lendo a Folha de hoje deparo com a desilusão de um colunista frente a uma entrevista que o senador Aécio Neves teria dado ao Estadão. O colunista se decepciona com a falta de conteúdo de um político que se postula candidato à presidência da República. Para mim não há surpresa. Estou bastante acostumado com o jeito tucano de governar. Não me assusto com sua falta de idéias. Que idéias mudaram o estado durante o seu governo? Sabemos que tal governo foi marcado por uma oposição anêmica e pelo apoio incondicional de uma imprensa chapa branca. Seu sucessor, ao que parece,segue-lhe os passos que o digam os professores da rede estadual. Nesse contexto ter idéias pra quê? Mesmo porque as idéias que o PSDB tem para o país já foram colocadas em prática nos oito anos da gestão de Fernando Henrique e elas foram derrotadas nas urnas em 2002. Não há novidade.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Política

Volta e meia recebo e-mails e notícias sobre o movimento “Fora Lacerda”. Muitas vezes os leio com atenção. O fato é que o prefeito de Belo Horizonte conseguiu atrair para si toda a antipatia da classe artística da cidade, do pessoal do teatro em especial e a antipatia não é gratuita. Afinal, conforme exposto em artigo recente pelo meu ilustre ex-professor Marcelo Castilho de Avelar, a PBH tem desenvolvido no âmbito cultural da capital uma insistente política do “não”. A tentativa de cancelar o FIT ano passado, na contramão da lei, foi talvez a atitude mais evidente. Aliás, penso que se o desrespeito às leis parte do próprio governo (que deveria zelar por elas) já seria motivo suficiente para pleitearmos a revogação de tal governo, mas isso é outra história.
Não sei se o movimento “Fora Lacerda” consegue atingir outras praias além das povoadas por alguns setores da intelectualidade local, o que é realmente uma pena. Um amigo meu, que trabalha na prefeitura junto com comunidades de risco, me disse recentemente que com o fim das ideologias o que vale hoje em dia é uma política de resultados. Talvez ele tenha razão em parte. Não acredito que as ideologias tenham chegado ao fim e os motivos tentarei expô-los mais adiante, mas é bem provável que vivamos sob o império dos resultados e está aí a religião que não me deixa mentir.
Fala-se, por exemplo, de uma ruptura entre o prefeito e o seu vice, Roberto Carvalho, que é do PT e que o vice seria uma alternativa eleitoral à reeleição de Lacerda. Não penso assim. Independente do fato de prefeito e vice não se falarem (como já me disseram que ocorre) não sei se o PT é alternativa ao que está aí mesmo porque o que está aí é obra do próprio PT. Como todos sabemos, Márcio Lacerda foi eleito a partir de um acordo entre o PT e o PSDB e é pouco provável que tal aliança não se repita no próximo ano. Há gente que diga que o acordo já foi fechado.  Se o vice está se colocando como alternativa ou se está sendo colocado por alguém para mim é chute, balão de ensaio e não alternativa real.
Desde a metade dos anos 90, para ser mais exato, desde a eleição de Célio de Castro em 1996 que venho falando para alguns amigos que a forma como fazemos política está falida. Falo tanto de política partidária quanto de política sindical. Penso que a forma “partido político” está esgotada e a forma sindicato também. Falando assim parece que estou proferindo uma heresia, mas qual não foi minha surpresa ao ler semana passada um artigo do filósofo Vladimir Safatle afirmando quase as mesmas coisas. O que ocorre é que os partidos políticos não conseguem captar a dinâmica da sociedade, não conseguem se transformar em canais que expressem esse emaranhado de desejos desse ser amorfo que chamamos de povo.  Exemplo disso são os indignados na Europa e agora os que protestam contra o mundo das finanças nos EUA.
O apregoado fim das ideologias parece ter nos deixado num sério impasse. Elegemos partidos que tradicionalmente se colocaram no campo que se convencionou chamar de esquerda, o que não deixa de ter suas implicações e não apenas na ordem do discurso. Mas o que de fato ocorre é que no mundo da política real antigas bandeiras são deixadas de lado e passamos a exercer a política econômica que criticávamos quando estávamos na oposição. Parece que no mundo real existe algo que não pode e não deve ser tocado de forma alguma, o mundo ordenado por esse deus monetário. Vejamos a crise econômica atual. As soluções para o saneamento de tal crise nunca passam por um questionamento sobre o que levou o mundo a esse estado de coisas, mas quem paga o pato são sempre os mesmos e com a conivência da chamada esquerda. A banca não pode perder nunca.
E se é assim então o que diferenciam os partidos políticos? Se na hora da verdade o PT acaba se comportando como o PMDB ou como os tucanos, por que votar nele? E se não há diferenças substanciais entre os partidos políticos (a não ser o discurso) e esses partidos não conseguem defender as nossas demandas (que são muitas) então não seria a hora de repensarmos esse modelo?
Não sei se os insatisfeitos da Europa pensam assim. Por lá a desconfiança com os partidos é antiga. Em maio de 1968, não sem vacilar, o PC francês e também os trotskistas se dispuseram a marchar ao lado dos estudantes, mas foram rechaçados. “Vocês só querem o poder” teria sido a frase dita. Sim, é verdade. Vemos isso em nosso dia a dia no movimento estudantil e no sindical que estão mais ao nosso alcance. Nos protestos contra a corrupção do dia 7 de setembro os partidos políticos também foram hostilizados em Brasília. Talvez por que o movimento anticorrupção mire apenas a classe política o que é um equívoco, mas talvez porque também já esteja aflorando a sensação de que esses partidos de discurso não nos representam.
Não sei o que colocar no lugar dos partidos. Essa pergunta sempre surge quando coloco a questão da falência partidária. Partindo do pressuposto de que a democracia é o melhor regime que conseguimos inventar até agora, acredito que ruim com os partidos, pior sem eles. Mas o fato é que precisamos urgentemente pensar em outras alternativas de organização, daí meu palpite de que as ideologias ainda não chegaram ao fim, longe disto.
E voltando ao quadro político de Belo Horizonte penso que necessitamos com urgência de pensar em alguma alternativa para as eleições municipais do ano que vem. O que será ou como será eu honestamente não sei. Mas o que se apresenta por aí é sempre a mesma coisa e dessa mesma coisa estamos fartos, não é mesmo?

Pílulas

Ainda sobre futebol e outros esportes:
1)   Meia  entrada
Aprovado pelo Congresso Nacional o Estatuto de Juventude que estabelece meia entrada para estudantes de 15 a 29 anos. A medida atinge também os ingressos para as partidas de futebol e dentre elas as da Copa do Mundo que se realizará em 2014 no país. A toda poderosa FIFA chiou. A entidade, verdadeiro poder paralelo no mundo atual, não investe um centavo sequer nas obras que o Brasil está fazendo para sediar a Copa, faz uma lista interminável de exigências e não pode perder nada com os ingressos. É a velha história que todos conhecemos: eles entram com o pé e nós com a...
Mas sem sombra de dúvida a pérola sobre o assunto veio do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, que sugeriu que o poder público municipal, estadual e federal arcasse com a outra parte do ingresso para não “prejudicar” a coitadinha da FIFA. Espero que o eleitorado carioca que em um passado nem tão distante assim (falo dos anos 60, 70 e começo dos 80) tinha fama de rebelde, não se esqueça desse tipo de proposta nas eleições municipais do ano que vem e dê a devida resposta.
2)   Copa Sul Americana
O que fazer com uma competição como a Copa Sul-Americana? Vendo o jogo do Vasco contra o Aurora da Bolívia em que o cruzmaltino, que jogou com apenas 2 titulares, levou uma sapatada de 3x1 fiquei pensando até que ponto essa competição se justificaria dada a aparente falta de interesse das equipes brasileiras, sempre às voltas com rodadas cruciais do Brasileirão. Sempre fui um defensor da existência de outras competições interclubes no continente para seguir o exemplo europeu que, até 1999 possuía quatro disputas diferentes. Até a década de 90 as competições alternativas à Libertadores se justificavam pelo fato de que a própria competição maior da América ser disputada por apenas 21 clubes (2 de cada país e mais o último campeão), mas a partir de 2000 com o inchaço da Libertadores a Sul Americana perdeu sua razão de existir. Aconteceu também na Europa que integrou a antiga Recopa à sua Liga dos Campeões também inchada. Lá existe outra competição, a Liga Europa, mas o velho continente tem mais de 50 países e, por motivos técnicos e econômicos, nem todos tem acesso à fase de grupos da competição e aos mata-mata cruciais. A América do Sul tem apenas 10 países inscritos e mais o México convidado. Do jeito que está é uma competição boba, desinteressante e desprezada pelos times importantes (pelo menos do Brasil). Se ela ainda fosse disputada simultaneamente a Libertadores como na Europa, quem sabe?

3)   Pan no México

Outra competição que a meu ver está perdendo a razão de existir é o Pan. A despeito do fato de esse ser transmitido pela Record, uma boa novidade em detrimento ao monopólio abusivo de transmissões esportivas detidos pela Globo e ao grande investimento que os países sede fazem (como o Brasil em 2007), fico pensando na justificativa técnica para sua existência atual. Para mim competições esportivas só se justificam se contarem com o que existe de melhor na modalidade em disputa. Pense numa Copa América sem o Brasil ou a Argentina ou em que tais países só enviassem equipes sub 17 ou 20, por exemplo. Que graça teria? O fato é que nos Jogos Pan-Americanos raramente países importantes como os EUA mandam o que tem de melhor e aí vão dois exemplos para o que estou dizendo: o Brasil é o atual bi-campeão pan-americano de basquete masculino. Será que equipes como a da Argentina e dos EUA mandam seus melhores times para o Pan? Claro que não. E a prova disso é que o Brasil somente esse ano conquistou uma vaga olímpica depois de quase dezesseis anos ausente (a última participação olímpica do basquete brasileiro fora em 1996 em Atlanta no que foi a despedida do grande Oscar). Nesse intervalo a Argentina foi medalha de ouro em Atenas. Falar mais o quê?
Outro exemplo foi o desempenho do nadador Tiago Pereira no Pan de 2007. Foram sete medalhas de ouro, feito que fez com que a imprensa tupiniquim o comparasse ao grande Mark Spitiz que no Pan de 1967 também havia ganho o mesmo número de medalhas. Ocorre que Sptiz foi o grande vencedor das olimpíadas de 1972 ganhando o apelido de “tubarão de Munique”. Todos nos lembramos do desempenho de Tiago Pereira nos últimos jogos de Pequim, não é? E não vai aqui nenhuma crítica ao atleta.
Para concluir, penso que se não for para reunir o que existe de melhor no continente, Pan para quê?

Para falar de futebol

Não sei o que pensam sobre futebol os que porventura me lêem nesse espaço. De antemão devo confessar que apesar de nunca ter jogado bola na infância (sim, eu era um menino diferente), gosto do, nem tão nobre assim, esporte bretão. E como esse espaço tem o objetivo de refletir o que penso vamos lá:
Faltando dez rodadas para o final do campeonato brasileiro os três representantes mineiros encontram-se nas últimas colocações. No último sábado, América e Atlético protagonizaram um clássico sofrível onde, para utilizar a expressão de um diário local, faltaram futebol e público. Vejo-me na obrigação de discordar. Faltou futebol, como vem faltando a ambos os esquadrões há tempos. Público não. Pelo contrário, os setecentos e poucos torcedores que compareceram à Arena do Jacaré foram até bastante numerosos para o que esses times vêm exibindo desde que o campeonato começou. 
Não sei se o América possuía grandes pretensões para o campeonato a não ser a de permanecer na série A, mas o que dizer do Atlético? Presença constante entre os primeiros colocados do campeonato quando esse era disputado em fases eliminatórias, sendo sempre o time do quase-lá, desde a adoção dos pontos corridos tem se convertido numa eterna decepção para sua torcida (é, juntamente com o Vasco da Gama, o time que mais esteve presente na zona de rebaixamento desde 2003). Sua melhor colocação foi o sétimo lugar em 2009 quando chegou a disputar o título lá pela metade do campeonato.
Relegado a uma posição subalterna no cenário nacional pela absoluta escassez de títulos importantes, o alvinegro tem em sua apaixonada torcida o seu maior patrimônio. Depois do jogo de sábado fiquei com a pulga atrás da orelha: Será que a torcida do Atlético finalmente perdeu a paciência com o time? Tomara. Quem sabe assim as coisas mudam. Não sou entendedor de futebol, mas vejo coisas óbvias, por exemplo, jogadores como Diego Souza que não fez nada no Atlético jogando um bolão no Vasco onde também brilha um ex-atleticano de nome Éder Luís. Bons técnicos também passaram por aqui e não conquistaram nada de Wanderley Luxemburgo a Cuca, passando por Celso Roth e Dorival Júnior. Isso para não falar que o clube possui a melhor concentração do país. Então o que falta para o futebol aparecer e deslanchar? Para mim o problema está em Lourdes e nas pessoas que andam ocupando o trono do alvinegro desde os anos 80.
A situação do Cruzeiro não é melhor. O time simplesmente não venceu no segundo turno e está há apenas 3 pontos da zona da morte. Segundo os entendidos o clube, comparado ao Barcelona nos quatro primeiros meses do ano, sofreu um desmanche com a venda de vários jogadores. Penso que o time celeste seja vítima de sua mania de grandeza e de suas próprias jogadas de marketing. Quem conhece minimamente o futebol sabe que o Cruzeiro de 2011 nem de longe pode ser comparado a um time como o Barcelona. O Cruzeiro brilhou no campeonato mineiro e na primeira fase da Libertadores e só. É a mesma lógica que faz com que o clube propague aos quatro ventos que é o melhor clube brasileiro do século XX. É só pensar em times como o Santos de Pelé ou o Flamengo de Zico para voltarmos à realidade, mas marketing é marketing. Talvez a auto-ilusão tenha feito com que o clube, pensando-se auto-suficiente, tenha vendido tantos jogadores importantes e os resultados estão aí.
Mas penso que o Cruzeiro não vá cair. Apesar de ser um time muito inferior ao que gostaria de ser é superior aos outros quatro que estão na zona de rebaixamento e mostrou atitude no último jogo contra o São Paulo. Já Atlético e América, para mim são casos perdidos. Uma pena para Minas.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

De volta

Manter um blog não é brincadeira. Só hoje atinei que não o atualizo desde agosto. Muita coisa de lá para cá: temporada do Cuidado:Frágil na Sala João Ceschiatti em agosto, apresentação nos centros culturais Salgado Filho e Pampulha, férias em Itacaré, greve dos bancários e leituras, muitas leituras.
Dentro em breve editarei o meu primeiro livro. Trata-se de um romance chamado "Falso Brilhante" (não tem nada a ver com o disco homônimo de Elis Regina). Trata-se das lembranças amorosas de um colunista social. É uma experiência. Estou fazendo uma revisão no texto e acertos com algumas editores. Quem sabe até o final do ano não convido todos para o lançamento.
Estou em busca de um texto teatral que me instigue no meu trabalho de ator. Tenho dedicado muito do meu tempo nos últimos dias a leitura de textos, treze ao todo e tenho outros na lista. Enquanto o texto que me encanta não vem estou densenvolvendo um trabalho de direção calcado na tragédia grega. No elenco: Yuri Simon, Jader Correa, Pauline Braga e Alice Correa com quem já havia trabalhado anteriormente em Poema do Concreto Armado e mais João Valadares que havia me dirigido no Fausto(s!). O espetáculo é para março ou abril de 2012. Darei mais detalhes assim que a coisa for andando.
Por falar em teatro fiquei sabendo que o Prêmio Sesc Sated não acabou como muita gente comentou a boca miúda. O prêmio será realizado no apagar das luzes da temporada 2011, dia 28 de novembro no Teatro Sesc Palladium. Que bom.
Já me opus a esse prêmio no passado. Não pelo prêmio em si ou pelo patrocínio do Sesc, mas pela forma como o Sated o conduzia. Veleidades e vaidades passadas. Passado. Vamos ver como ele será esse ano.