quinta-feira, 18 de julho de 2013

Prêmio Usiminas/Sinparc 2013

                Belo Horizonte, 17 de julho de 2013, Teatro Bradesco, noite. Clima de Expectativa no ar. Todas as atenções voltadas para a primeira partida da final da Libertadores...Ou nem todas. Algumas atenções (não muitas) estavam voltadas para a cerimônia de entrega do 10º Prêmio Usiminas/Sinparc de Artes Cênicas.  Digo nem todas porque o belo Teatro Bradesco não estava lotado como deveria estar. Culpa do jogo? Bem provável, mas é costume de muitos artistas desprezarem o prêmio por não estarem indicados.
Os jornalistas também não dão muita bola. Fato, aliás, assinalado pelo presidente do Sinparc, Rômulo Duque, em apropriado discurso de abertura. Rômulo falou bem das agruras pelas quais passa a produção teatral no estado a despeito de vários e importantes avanços em muitas áreas. E colocou um dedo na ferida da imprensa escrita que candidamente nos ignora. Não vi ninguém conhecido dos jornais na cerimônia e olha que teve um coquetel depois. Me parece que apenas o Daniel Toledo estava presente. Os outros que gostam (quando gostam) de escrever sobre espetáculos na cidade (não vou chamá-los de críticos porque crítica é outra coisa) não deram as caras. Não sei se o Bento Coimbra (uma grata surpresa no quesito crítica) estava presente porque não o conheço pessoalmente. Nem o Elvécio Carlos que mais de uma vez fez parte da comissão do prêmio do teatro adulto deu as caras. Pena. Pena porque perderam uma festa muito bonita.
Ausente da lista de possíveis premiados a não ser pela isolada indicação na categoria de melhor cenário, o número de abertura ficou a cargo do elenco do musical “Eu não sou cachorro não” que arrebatou a plateia. Foi uma boa ideia e deixou muita gente que não viu o espetáculo com água na boca. Eu inclusive. Outro ponto alto da cerimônia foi a trilha musical que a acompanhou. Bela e acertada destacando vários rits conhecidos de musicais e de bandas do passado como “Dancing Queen” do inesquecível ABBA, além de temas dos musicais “Hair”, “Grease”, “Ritmo Quente”, “Cats”, dentre outros. Acerto também da locução dos indicados ao prêmio. Diferente dos anos anteriores. E a dupla de apresentadores, o sempre impagável atleticano Tutti Maravilha e a bela Angélica Hodge.
Vencedores. Participei da comissão que julgou os espetáculos infantis. “Pluft, O Fantasminha” e “O Mistério da Bomba H_” levaram a maior parte dos prêmios, quatro cada um. Ficando com Pluft o troféu de melhor espetáculo infantil e com Anna Campos (de O Mistério...), estreante na função, o prêmio de direção. “Descobrimento”, de Kleber Junqueira, levou três prêmios incluindo aí o de maior público e Karine Amaral levou o prêmio de melhor atriz por seu desempenho em “Falância, a menina que falava muito e...”.
Com poucos espetáculos indicados para as categorias de dança, os prêmios de 2013 foram basicamente divididos entre o 1º Ato e o Coletivo Movasse. O primeiro levou três troféus e o segundo quatro incluindo aí os de melhor espetáculo e melhor concepção coreográfica. A Mímulus, tradicionalmente premiada na cidade levou dois: o de maior público e melhor bailarina.
Já o teatro adulto teve uma premiação muito mais pulverizada. Resultado, sem dúvida, da grande quantidade de espetáculos indicados. Havia uma grande torcida por “Navalha na Carne” que levou os prêmios de melhor ator coadjuvante para Guilherme Colina e melhor atriz para Clébia Vargas. “Oratório: A saga de Don Quixote e Sancho Pança” também levou dois prêmios, trilha musical e figurino. “Ode Marítima” levou o prêmio de luz que ficou com a multipremiada dupla Felipe Cosse e Juliano Coelho.
Foi também uma noite de surpresas. A começar pela vitória de Ruy Jobim na categoria de texto inédito por “Do Claustro”. Surpresa pela vitória de um texto cujo tema parece estar na contramão do que costuma ser abordado (e festejado por muita gente) pelas novas dramaturgias contemporâneas. Surpresa também o prêmio de melhor atriz coadjuvante para Letícia Araújo por “Tudo o que eu queria te dizer”. Uma atriz jovem, da fornada de atores formados pela atriz e diretora Ana Nery, num trabalho despretensioso. E, em minha opinião, a grande surpresa da noite, o prêmio de melhor ator para Fernando Couto por “Homens, Santos e Desertores”. Surpresa pelo clima de favoritismo gerado em torno de “Navalha na Carne” que já levara dois prêmios de atuação. Dentre tantos discursos emocionados como os de Anna Campos e Ruy Jobim e discursos que esbanjaram simpatia como o de Enedson Gomes ao receber seu enésimo prêmio de atuação, o discurso de Fernando Couto foi o mais inteligente da noite pela reflexão sobre o ofício e o destino do teatro. Digno de um mestre.
E para completar, o comovente “Por Parte de Pai”, do grupo Atrás do Pano, levou o prêmio de melhor espetáculo adulto, bem como o prêmio de melhor cenário. Um prêmio que fez jus a um belo e poético espetáculo baseado na obra do saudoso Bartolomeu Campos de Queróz. Justa homenagem, justa premiação.
Alguns pontos sobre o prêmio:
Acontece em toda premiação. Muitos são indicados, às vezes os mesmos são indicados, às vezes pessoas diferentes ganham, às vezes os mesmos ganham. Muita gente ganha muitas indicações e não leva nenhum prêmio, Já aconteceu comigo, aconteceu até com o Galpão no ano em que perderam para “Noites Brancas”. Acontece. Isso faz parte de qualquer premiação.
Injustiças quanto a indicações não recebidas, espetáculos ou artistas não lembrados são também uma constante em qualquer lista. Também esperava que os trabalhos que fiz ano passado fossem minimamente lembrados na lista de indicados, mas não foram. Infelizmente faz parte.
Também acontece de muitos derrotados se levantarem e saírem antes do final do prêmio. Notei a ausência de muita gente no coquetel que havia visto quando o prêmio começou. Perder também faz parte.
O prêmio sempre tem uma parte chata. Tudo bem, vá lá, necessária, mas chata. Os prêmios distribuídos para as entidades que contribuíram para as artes cênicas. Esse ano foram agraciados o Minas Tênis Clube, o Sistema Sesc/Fecomércio e a V & M pela breve inauguração do Cine Teatro Brasil. Longos discursos.
Muito legal o programa da festa que fez uma retrospectiva das edições passadas do prêmio. Temos que ter memória do que fazemos e fizemos. Afinal, nosso teatro tem história. Ficamos esperando que o Sinparc também faça um levantamento do prêmio que antecedeu o atual, o Bonsucesso/Amparc/Sinparc. Ele também faz parte de nossa história.
Senti falta de uma homenagem aos artistas que nos deixaram ano passado. Raul Belém Machado e Cecília Bizzoto mereciam ter sido lembrados pelo Sinparc.
Legal a presença de Magdalena Rodrigues, presidente do Sated, na premiação. Valeu, Madá.
Prêmio Usiminas/Sinparc 2013

                Belo Horizonte, 17 de julho de 2013, Teatro Bradesco, noite. Clima de Expectativa no ar. Todas as atenções voltadas para a primeira partida da final da Libertadores...Ou nem todas. Algumas atenções (não muitas) estavam voltadas para a cerimônia de entrega do 10º Prêmio Usiminas/Sinparc de Artes Cênicas.  Digo nem todas porque o belo Teatro Bradesco não estava lotado como deveria estar. Culpa do jogo? Bem provável, mas é costume de muitos artistas desprezarem o prêmio por não estarem indicados.
Os jornalistas também não dão muita bola. Fato, aliás, assinalado pelo presidente do Sinparc, Rômulo Duque, em apropriado discurso de abertura. Rômulo falou bem das agruras pelas quais passa a produção teatral no estado a despeito de vários e importantes avanços em muitas áreas. E colocou um dedo na ferida da imprensa escrita que candidamente nos ignora. Não vi ninguém conhecido dos jornais na cerimônia e olha que teve um coquetel depois. Me parece que apenas o Daniel Toledo estava presente. Os outros que gostam (quando gostam) de escrever sobre espetáculos na cidade (não vou chamá-los de críticos porque crítica é outra coisa) não deram as caras. Não sei se o Bento Coimbra (uma grata surpresa no quesito crítica) estava presente porque não o conheço pessoalmente. Nem o Elvécio Carlos que mais de uma vez fez parte da comissão do prêmio do teatro adulto deu as caras. Pena. Pena porque perderam uma festa muito bonita.
Ausente da lista de possíveis premiados a não ser pela isolada indicação na categoria de melhor cenário, o número de abertura ficou a cargo do elenco do musical “Eu não sou cachorro não” que arrebatou a plateia. Foi uma boa ideia e deixou muita gente que não viu o espetáculo com água na boca. Eu inclusive. Outro ponto alto da cerimônia foi a trilha musical que a acompanhou. Bela e acertada destacando vários rits conhecidos de musicais e de bandas do passado como “Dancing Queen” do inesquecível ABBA, além de temas dos musicais “Hair”, “Grease”, “Ritmo Quente”, “Cats”, dentre outros. Acerto também da locução dos indicados ao prêmio. Diferente dos anos anteriores. E a dupla de apresentadores, o sempre impagável atleticano Tutti Maravilha e a bela Angélica Hodge.
Vencedores. Participei da comissão que julgou os espetáculos infantis. “Pluft, O Fantasminha” e “O Mistério da Bomba H_” levaram a maior parte dos prêmios, quatro cada um. Ficando com Pluft o troféu de melhor espetáculo infantil e com Anna Campos (de O Mistério...), estreante na função, o prêmio de direção. “Descobrimento”, de Kleber Junqueira, levou três prêmios incluindo aí o de maior público e Karine Amaral levou o prêmio de melhor atriz por seu desempenho em “Falância, a menina que falava muito e...”.
Com poucos espetáculos indicados para as categorias de dança, os prêmios de 2013 foram basicamente divididos entre o 1º Ato e o Coletivo Movasse. O primeiro levou três troféus e o segundo quatro incluindo aí os de melhor espetáculo e melhor concepção coreográfica. A Mímulus, tradicionalmente premiada na cidade levou dois: o de maior público e melhor bailarina.
Já o teatro adulto teve uma premiação muito mais pulverizada. Resultado, sem dúvida, da grande quantidade de espetáculos indicados. Havia uma grande torcida por “Navalha na Carne” que levou os prêmios de melhor ator coadjuvante para Guilherme Colina e melhor atriz para Clébia Vargas. “Oratório: A saga de Don Quixote e Sancho Pança” também levou dois prêmios, trilha musical e figurino. “Ode Marítima” levou o prêmio de luz que ficou com a multipremiada dupla Felipe Cosse e Juliano Coelho.
Foi também uma noite de surpresas. A começar pela vitória de Ruy Jobim na categoria de texto inédito por “Do Claustro”. Surpresa pela vitória de um texto cujo tema parece estar na contramão do que costuma ser abordado (e festejado por muita gente) pelas novas dramaturgias contemporâneas. Surpresa também o prêmio de melhor atriz coadjuvante para Letícia Araújo por “Tudo o que eu queria te dizer”. Uma atriz jovem, da fornada de atores formados pela atriz e diretora Ana Nery, num trabalho despretensioso. E, em minha opinião, a grande surpresa da noite, o prêmio de melhor ator para Fernando Couto por “Homens, Santos e Desertores”. Surpresa pelo clima de favoritismo gerado em torno de “Navalha na Carne” que já levara dois prêmios de atuação. Dentre tantos discursos emocionados como os de Anna Campos e Ruy Jobim e discursos que esbanjaram simpatia como o de Enedson Gomes ao receber seu enésimo prêmio de atuação, o discurso de Fernando Couto foi o mais inteligente da noite pela reflexão sobre o ofício e o destino do teatro. Digno de um mestre.
E para completar, o comovente “Por Parte de Pai”, do grupo Atrás do Pano, levou o prêmio de melhor espetáculo adulto, bem como o prêmio de melhor cenário. Um prêmio que fez jus a um belo e poético espetáculo baseado na obra do saudoso Bartolomeu Campos de Queróz. Justa homenagem, justa premiação.
Alguns pontos sobre o prêmio:
Acontece em toda premiação. Muitos são indicados, às vezes os mesmos são indicados, às vezes pessoas diferentes ganham, às vezes os mesmos ganham. Muita gente ganha muitas indicações e não leva nenhum prêmio, Já aconteceu comigo, aconteceu até com o Galpão no ano em que perderam para “Noites Brancas”. Acontece. Isso faz parte de qualquer premiação.
Injustiças quanto a indicações não recebidas, espetáculos ou artistas não lembrados são também uma constante em qualquer lista. Também esperava que os trabalhos que fiz ano passado fossem minimamente lembrados na lista de indicados, mas não foram. Infelizmente faz parte.
Também acontece de muitos derrotados se levantarem e saírem antes do final do prêmio. Notei a ausência de muita gente no coquetel que havia visto quando o prêmio começou. Perder também faz parte.
O prêmio sempre tem uma parte chata. Tudo bem, vá lá, necessária, mas chata. Os prêmios distribuídos para as entidades que contribuíram para as artes cênicas. Esse ano foram agraciados o Minas Tênis Clube, o Sistema Sesc/Fecomércio e a V & M pela breve inauguração do Cine Teatro Brasil. Longos discursos.
Muito legal o programa da festa que fez uma retrospectiva das edições passadas do prêmio. Temos que ter memória do que fazemos e fizemos. Afinal, nosso teatro tem história. Ficamos esperando que o Sinparc também faça um levantamento do prêmio que antecedeu o atual, o Bonsucesso/Amparc/Sinparc. Ele também faz parte de nossa história.
Senti falta de uma homenagem aos artistas que nos deixaram ano passado. Raul Belém Machado e Cecília Bizzoto mereciam ter sido lembrados pelo Sinparc.
Legal a presença de Magdalena Rodrigues, presidente do Sated, na premiação. Valeu, Madá.
Prêmio Usiminas/Sinparc 2013

                Belo Horizonte, 17 de julho de 2013, Teatro Bradesco, noite. Clima de Expectativa no ar. Todas as atenções voltadas para a primeira partida da final da Libertadores...Ou nem todas. Algumas atenções (não muitas) estavam voltadas para a cerimônia de entrega do 10º Prêmio Usiminas/Sinparc de Artes Cênicas.  Digo nem todas porque o belo Teatro Bradesco não estava lotado como deveria estar. Culpa do jogo? Bem provável, mas é costume de muitos artistas desprezarem o prêmio por não estarem indicados.
Os jornalistas também não dão muita bola. Fato, aliás, assinalado pelo presidente do Sinparc, Rômulo Duque, em apropriado discurso de abertura. Rômulo falou bem das agruras pelas quais passa a produção teatral no estado a despeito de vários e importantes avanços em muitas áreas. E colocou um dedo na ferida da imprensa escrita que candidamente nos ignora. Não vi ninguém conhecido dos jornais na cerimônia e olha que teve um coquetel depois. Me parece que apenas o Daniel Toledo estava presente. Os outros que gostam (quando gostam) de escrever sobre espetáculos na cidade (não vou chamá-los de críticos porque crítica é outra coisa) não deram as caras. Não sei se o Bento Coimbra (uma grata surpresa no quesito crítica) estava presente porque não o conheço pessoalmente. Nem o Elvécio Carlos que mais de uma vez fez parte da comissão do prêmio do teatro adulto deu as caras. Pena. Pena porque perderam uma festa muito bonita.
Ausente da lista de possíveis premiados a não ser pela isolada indicação na categoria de melhor cenário, o número de abertura ficou a cargo do elenco do musical “Eu não sou cachorro não” que arrebatou a plateia. Foi uma boa ideia e deixou muita gente que não viu o espetáculo com água na boca. Eu inclusive. Outro ponto alto da cerimônia foi a trilha musical que a acompanhou. Bela e acertada destacando vários rits conhecidos de musicais e de bandas do passado como “Dancing Queen” do inesquecível ABBA, além de temas dos musicais “Hair”, “Grease”, “Ritmo Quente”, “Cats”, dentre outros. Acerto também da locução dos indicados ao prêmio. Diferente dos anos anteriores. E a dupla de apresentadores, o sempre impagável atleticano Tutti Maravilha e a bela Angélica Hodge.
Vencedores. Participei da comissão que julgou os espetáculos infantis. “Pluft, O Fantasminha” e “O Mistério da Bomba H_” levaram a maior parte dos prêmios, quatro cada um. Ficando com Pluft o troféu de melhor espetáculo infantil e com Anna Campos (de O Mistério...), estreante na função, o prêmio de direção. “Descobrimento”, de Kleber Junqueira, levou três prêmios incluindo aí o de maior público e Karine Amaral levou o prêmio de melhor atriz por seu desempenho em “Falância, a menina que falava muito e...”.
Com poucos espetáculos indicados para as categorias de dança, os prêmios de 2013 foram basicamente divididos entre o 1º Ato e o Coletivo Movasse. O primeiro levou três troféus e o segundo quatro incluindo aí os de melhor espetáculo e melhor concepção coreográfica. A Mímulus, tradicionalmente premiada na cidade levou dois: o de maior público e melhor bailarina.
Já o teatro adulto teve uma premiação muito mais pulverizada. Resultado, sem dúvida, da grande quantidade de espetáculos indicados. Havia uma grande torcida por “Navalha na Carne” que levou os prêmios de melhor ator coadjuvante para Guilherme Colina e melhor atriz para Clébia Vargas. “Oratório: A saga de Don Quixote e Sancho Pança” também levou dois prêmios, trilha musical e figurino. “Ode Marítima” levou o prêmio de luz que ficou com a multipremiada dupla Felipe Cosse e Juliano Coelho.
Foi também uma noite de surpresas. A começar pela vitória de Ruy Jobim na categoria de texto inédito por “Do Claustro”. Surpresa pela vitória de um texto cujo tema parece estar na contramão do que costuma ser abordado (e festejado por muita gente) pelas novas dramaturgias contemporâneas. Surpresa também o prêmio de melhor atriz coadjuvante para Letícia Araújo por “Tudo o que eu queria te dizer”. Uma atriz jovem, da fornada de atores formados pela atriz e diretora Ana Nery, num trabalho despretensioso. E, em minha opinião, a grande surpresa da noite, o prêmio de melhor ator para Fernando Couto por “Homens, Santos e Desertores”. Surpresa pelo clima de favoritismo gerado em torno de “Navalha na Carne” que já levara dois prêmios de atuação. Dentre tantos discursos emocionados como os de Anna Campos e Ruy Jobim e discursos que esbanjaram simpatia como o de Enedson Gomes ao receber seu enésimo prêmio de atuação, o discurso de Fernando Couto foi o mais inteligente da noite pela reflexão sobre o ofício e o destino do teatro. Digno de um mestre.
E para completar, o comovente “Por Parte de Pai”, do grupo Atrás do Pano, levou o prêmio de melhor espetáculo adulto, bem como o prêmio de melhor cenário. Um prêmio que fez jus a um belo e poético espetáculo baseado na obra do saudoso Bartolomeu Campos de Queróz. Justa homenagem, justa premiação.
Alguns pontos sobre o prêmio:
Acontece em toda premiação. Muitos são indicados, às vezes os mesmos são indicados, às vezes pessoas diferentes ganham, às vezes os mesmos ganham. Muita gente ganha muitas indicações e não leva nenhum prêmio, Já aconteceu comigo, aconteceu até com o Galpão no ano em que perderam para “Noites Brancas”. Acontece. Isso faz parte de qualquer premiação.
Injustiças quanto a indicações não recebidas, espetáculos ou artistas não lembrados são também uma constante em qualquer lista. Também esperava que os trabalhos que fiz ano passado fossem minimamente lembrados na lista de indicados, mas não foram. Infelizmente faz parte.
Também acontece de muitos derrotados se levantarem e saírem antes do final do prêmio. Notei a ausência de muita gente no coquetel que havia visto quando o prêmio começou. Perder também faz parte.
O prêmio sempre tem uma parte chata. Tudo bem, vá lá, necessária, mas chata. Os prêmios distribuídos para as entidades que contribuíram para as artes cênicas. Esse ano foram agraciados o Minas Tênis Clube, o Sistema Sesc/Fecomércio e a V & M pela breve inauguração do Cine Teatro Brasil. Longos discursos.
Muito legal o programa da festa que fez uma retrospectiva das edições passadas do prêmio. Temos que ter memória do que fazemos e fizemos. Afinal, nosso teatro tem história. Ficamos esperando que o Sinparc também faça um levantamento do prêmio que antecedeu o atual, o Bonsucesso/Amparc/Sinparc. Ele também faz parte de nossa história.
Senti falta de uma homenagem aos artistas que nos deixaram ano passado. Raul Belém Machado e Cecília Bizzoto mereciam ter sido lembrados pelo Sinparc.
Legal a presença de Magdalena Rodrigues, presidente do Sated, na premiação. Valeu, Madá.
Prêmio Usiminas/Sinparc 2013

                Belo Horizonte, 17 de julho de 2013, Teatro Bradesco, noite. Clima de Expectativa no ar. Todas as atenções voltadas para a primeira partida da final da Libertadores...Ou nem todas. Algumas atenções (não muitas) estavam voltadas para a cerimônia de entrega do 10º Prêmio Usiminas/Sinparc de Artes Cênicas.  Digo nem todas porque o belo Teatro Bradesco não estava lotado como deveria estar. Culpa do jogo? Bem provável, mas é costume de muitos artistas desprezarem o prêmio por não estarem indicados.
Os jornalistas também não dão muita bola. Fato, aliás, assinalado pelo presidente do Sinparc, Rômulo Duque, em apropriado discurso de abertura. Rômulo falou bem das agruras pelas quais passa a produção teatral no estado a despeito de vários e importantes avanços em muitas áreas. E colocou um dedo na ferida da imprensa escrita que candidamente nos ignora. Não vi ninguém conhecido dos jornais na cerimônia e olha que teve um coquetel depois. Me parece que apenas o Daniel Toledo estava presente. Os outros que gostam (quando gostam) de escrever sobre espetáculos na cidade (não vou chamá-los de críticos porque crítica é outra coisa) não deram as caras. Não sei se o Bento Coimbra (uma grata surpresa no quesito crítica) estava presente porque não o conheço pessoalmente. Nem o Elvécio Carlos que mais de uma vez fez parte da comissão do prêmio do teatro adulto deu as caras. Pena. Pena porque perderam uma festa muito bonita.
Ausente da lista de possíveis premiados a não ser pela isolada indicação na categoria de melhor cenário, o número de abertura ficou a cargo do elenco do musical “Eu não sou cachorro não” que arrebatou a plateia. Foi uma boa ideia e deixou muita gente que não viu o espetáculo com água na boca. Eu inclusive. Outro ponto alto da cerimônia foi a trilha musical que a acompanhou. Bela e acertada destacando vários rits conhecidos de musicais e de bandas do passado como “Dancing Queen” do inesquecível ABBA, além de temas dos musicais “Hair”, “Grease”, “Ritmo Quente”, “Cats”, dentre outros. Acerto também da locução dos indicados ao prêmio. Diferente dos anos anteriores. E a dupla de apresentadores, o sempre impagável atleticano Tutti Maravilha e a bela Angélica Hodge.
Vencedores. Participei da comissão que julgou os espetáculos infantis. “Pluft, O Fantasminha” e “O Mistério da Bomba H_” levaram a maior parte dos prêmios, quatro cada um. Ficando com Pluft o troféu de melhor espetáculo infantil e com Anna Campos (de O Mistério...), estreante na função, o prêmio de direção. “Descobrimento”, de Kleber Junqueira, levou três prêmios incluindo aí o de maior público e Karine Amaral levou o prêmio de melhor atriz por seu desempenho em “Falância, a menina que falava muito e...”.
Com poucos espetáculos indicados para as categorias de dança, os prêmios de 2013 foram basicamente divididos entre o 1º Ato e o Coletivo Movasse. O primeiro levou três troféus e o segundo quatro incluindo aí os de melhor espetáculo e melhor concepção coreográfica. A Mímulus, tradicionalmente premiada na cidade levou dois: o de maior público e melhor bailarina.
Já o teatro adulto teve uma premiação muito mais pulverizada. Resultado, sem dúvida, da grande quantidade de espetáculos indicados. Havia uma grande torcida por “Navalha na Carne” que levou os prêmios de melhor ator coadjuvante para Guilherme Colina e melhor atriz para Clébia Vargas. “Oratório: A saga de Don Quixote e Sancho Pança” também levou dois prêmios, trilha musical e figurino. “Ode Marítima” levou o prêmio de luz que ficou com a multipremiada dupla Felipe Cosse e Juliano Coelho.
Foi também uma noite de surpresas. A começar pela vitória de Ruy Jobim na categoria de texto inédito por “Do Claustro”. Surpresa pela vitória de um texto cujo tema parece estar na contramão do que costuma ser abordado (e festejado por muita gente) pelas novas dramaturgias contemporâneas. Surpresa também o prêmio de melhor atriz coadjuvante para Letícia Araújo por “Tudo o que eu queria te dizer”. Uma atriz jovem, da fornada de atores formados pela atriz e diretora Ana Nery, num trabalho despretensioso. E, em minha opinião, a grande surpresa da noite, o prêmio de melhor ator para Fernando Couto por “Homens, Santos e Desertores”. Surpresa pelo clima de favoritismo gerado em torno de “Navalha na Carne” que já levara dois prêmios de atuação. Dentre tantos discursos emocionados como os de Anna Campos e Ruy Jobim e discursos que esbanjaram simpatia como o de Enedson Gomes ao receber seu enésimo prêmio de atuação, o discurso de Fernando Couto foi o mais inteligente da noite pela reflexão sobre o ofício e o destino do teatro. Digno de um mestre.
E para completar, o comovente “Por Parte de Pai”, do grupo Atrás do Pano, levou o prêmio de melhor espetáculo adulto, bem como o prêmio de melhor cenário. Um prêmio que fez jus a um belo e poético espetáculo baseado na obra do saudoso Bartolomeu Campos de Queróz. Justa homenagem, justa premiação.
Alguns pontos sobre o prêmio:
Acontece em toda premiação. Muitos são indicados, às vezes os mesmos são indicados, às vezes pessoas diferentes ganham, às vezes os mesmos ganham. Muita gente ganha muitas indicações e não leva nenhum prêmio, Já aconteceu comigo, aconteceu até com o Galpão no ano em que perderam para “Noites Brancas”. Acontece. Isso faz parte de qualquer premiação.
Injustiças quanto a indicações não recebidas, espetáculos ou artistas não lembrados são também uma constante em qualquer lista. Também esperava que os trabalhos que fiz ano passado fossem minimamente lembrados na lista de indicados, mas não foram. Infelizmente faz parte.
Também acontece de muitos derrotados se levantarem e saírem antes do final do prêmio. Notei a ausência de muita gente no coquetel que havia visto quando o prêmio começou. Perder também faz parte.
O prêmio sempre tem uma parte chata. Tudo bem, vá lá, necessária, mas chata. Os prêmios distribuídos para as entidades que contribuíram para as artes cênicas. Esse ano foram agraciados o Minas Tênis Clube, o Sistema Sesc/Fecomércio e a V & M pela breve inauguração do Cine Teatro Brasil. Longos discursos.
Muito legal o programa da festa que fez uma retrospectiva das edições passadas do prêmio. Temos que ter memória do que fazemos e fizemos. Afinal, nosso teatro tem história. Ficamos esperando que o Sinparc também faça um levantamento do prêmio que antecedeu o atual, o Bonsucesso/Amparc/Sinparc. Ele também faz parte de nossa história.
Senti falta de uma homenagem aos artistas que nos deixaram ano passado. Raul Belém Machado e Cecília Bizzoto mereciam ter sido lembrados pelo Sinparc.
Legal a presença de Magdalena Rodrigues, presidente do Sated, na premiação. Valeu, Madá.